Atualmente, vivemos em uma temática em que surgem certos questionamentos, que acabam gerando preocupações na sociedade. Um dos principais é: “Existirá vagas de empregos suficientes para as pessoas, mesmo com o avanço da tecnologia e automação no futuro?”. É exatamente sobre esse tópico que o artigo “Technology will create millions of jobs. The problem will be to find workers to fill them”, publicado pelo veículo de comunicação ‘ZDNet’, desenvolve sua ideia central.
Logo no começo, a resposta do artigo sobre a questão anterior é SIM, irá ter vagas de emprego, e melhor, serão criados ainda mais empregos que atingirão a casa dos milhões. Porém, como nem tudo são flores, há certos detalhes que devem ser analisados nesse contexto. O grupo ‘Boston Consulting Group’(BCG), um grupo de pesquisa estadunidense de análises econômicas, projetou que as novas tecnologias criarão novos empregos até 2030, mas o problema está no preenchimento dessas novas vagas, pois não há garantia de que quem está desempregado, é a pessoa que atende os requisitos de uma vaga de um empregador.
O estudo tem base fazendo projeções em três países do globo: Alemanha, Austrália e os Estados Unidos. Os pesquisadores da BCG montaram cenários estimando certos fatores como, a quantidade de pessoas que vão entrar e sair no mercado de trabalho, a demanda por mão de obra e o investimento em tecnologia. No cenário em que a taxa de adoção de tecnologia não é muito acentuada, todos os três países pesquisados sofrerão falta de mão de obra. Até 2030, estima-se que a Alemanha precisará de cerca de três milhões de trabalhadores, a Austrália de dois milhões e nos Estados Unidos o número pode chegar até 17 milhões.
O estudo já possui levantamentos sobre quais são os setores que mais sofrerão com a tecnologia e automação, e que podem sofrer reduções das colaborações de pessoas. Por exemplo, os agricultores serão os mais afetados no país alemão, na Austrália estima-se que o setor de vendas será bastante afetado, e nos Estados Unidos os escritórios. Já em relação aos setores que se apresentarão em ascensão de empregos e precisarão de pessoas para atuação, está a informática, e áreas como engenharia, matemática, ciências e similares. Além destas, outras áreas como saúde, ensino e serviços sociais apresentarão uma alta de empregos.
O grupo BCG afirma que essa escassez de mão de obra será prejudicial para os governos e empresas, pois as empresas terão uma limitação na escolha de funcionários qualificados para atender as vagas, e isso afeta a projeção de crescimento econômico em determinado governo. Então, o que fazer para retornar esse quadro de escassez de mão de obra, já que essa escassez é prejudicial para as empresas e governos?
A solução para este problema pode ser a realização de treinamentos com as pessoas, a fim de aprimorar as habilidades técnicas no meio digital, mas também é citado que deve-se trabalhar as características sociais, como empatia e criatividade para desenvolver os empregos que precisam de mais interação humana. É destaque que essa solução deve ser uma ação conjunta entre as pessoas, empresas e governos.
Os governos podem assumir grandes responsabilidades para medir o grau de deficiência das pessoas em relação ao ambiente digital, e com essas informações, podem criar programas de treinamento para essas pessoas. Dois governos que entenderam o problema e já estão agindo para combatê-lo são os governos de Singapura e do Canadá. Na Singapura, criou-se um programa chamado ‘Skills Future’, que tem o objetivo de oferecer oportunidades de treinamento em tecnologia para os cidadãos. E no Canadá, o governo do país criou uma plataforma chamada ‘planext’, para guiar as pessoas na jornada de encontrar uma vaga de trabalho de acordo com suas habilidades.
As empresas também se mostraram preocupadas com as estimativas de não ter trabalhadores qualificados suficientes. E por isso, algumas já apresentam medidas para aprimorar as habilidades das pessoas, o que diferencia essas empresas das outras que estão adiando essas decisões. Na Austrália, uma grande rede de supermercado, ‘Woolworths’, falou no começo de 2021, que está sendo gasto em investimento nos próximos três anos, um valor de 50 milhões em moeda australiana, convertendo para o real neste exato momento em que este texto está sendo escrito, chega a um valor de 216 milhões de reais. Esta quantia de dinheiro tem o objetivo de treinar mais de 60 mil funcionários da empresa em assuntos relacionados à tecnologia.
Pode-se perceber com o artigo da ‘ZDNet’, e outros trabalhos similares que tratam sobre essa mesma questão de tecnologia e empregos, que no futuro, a quantidade de vagas na área de tecnologia não será problema, mas o problema está na qualificação das pessoas para atender as necessidades dessas vagas. Portanto, é importante que as empresas, governos e pessoas se unam e consigam investir no treinamento dos indivíduos no âmbito digital, principalmente em tópicos como cibersegurança, automação e lógica de programação. O que vemos algumas empresas fazendo nos dias de hoje, por meio de programas e projetos de qualificação, já mostra a urgência e importância do tema. E a dica que fica para quem está lendo este texto é: procure tirar um tempo do seu dia para aprender mais sobre os tópicos de tecnologia que as empresas cobram e invista em si próprio.
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