O home office integral já é uma realidade não só para a área da tecnologia, como também para diversas outras áreas do mercado de trabalho. As empresas foram forçadas a se adaptarem a esse novo modo de trabalho e, após esses 4 meses de quarentena, várias empresas já tiraram suas conclusões sobre os resultados do trabalho em casa.

Um caso interessante foi o de Nathan Schultz, executivo sênior da empresa Chegg que, no início da quarentena, estava convencido de que a produtividade cairia de 15 a 20%. Para evitar isso ao máximo, ele montou um canal Slack com seus dois representantes mais próximos, onde eles começaram a se comunicar incessantemente, mesmo enquanto passavam horas por dia nas mesmas reuniões do Zoom. Ele começou a monitorar regularmente muitos dos outros membros de sua equipe. Porém, ele viu que isso desgastava tanto ele quanto seus funcionários e percebeu que essa presença online constante se tornava um incômodo para todos. Com isso, ele se afastou um pouco. Com o decorrer das semanas, ele começou a notar que os projetos estavam sendo entregues dentro do cronograma e muitos funcionários estavam até completando tarefas extras. ! alt text Uma pesquisa do Deutsche Bank com trabalhadores de países afetados pelo coronavírus constatou que, em média, os norte-americanos sentiam que eram mais produtivos do que antes da pandemia, enquanto os europeus consideravam menos produtivos.

No início da quarentena, muitos gerentes temiam a queda da produtividade, principalmente pelas distrações que ocorrem em casa, por exemplo, cuidar de filhos durante o trabalho, tarefas domésticas, distrações com entretenimentos e muitas outras coisas. Muitos estão tendo esses problemas e se encontrando em uma difícil adaptação. Porém, outros não, principalmente aqueles que não precisam preocupar com crianças.

Além disso, muitas empresas estão descobrindo que processos e procedimentos que eles anteriormente consideravam garantidos, desde longas reuniões até atualizações regulares de status, são menos importantes do que se imaginavam. Dessa forma, os métodos de trabalho estão mudando.

Os negócios estão indo bem, mas os executivos disseram que trabalhar com tanto isolamento pode, a longo prazo, levar à exaustão e à solidão, além de desgastar a cultura corporativa. E muitas pessoas estão tendo dificuldades em separar casa e trabalho, o que pode levar a temível síndrome de burnout a longo prazo.

Recentemente, a equipe de Nathan Schultz concluiu um projeto para a Verizon em 15 dias que, segundo ele, levaria um mês durante o tempo normal. “Eles teriam preenchido seu tempo indo para a nossa cafeteria bem equipada no Vale do Silício”, disse Schultz. Ainda assim, ele sabe que o ritmo frenético do trabalho pode não durar. “Embora tenhamos tido um aumento de produtividade no curto prazo, precisamos respeitar o equilíbrio entre casa e trabalho”, disse ele. “Queremos garantir que eles não se esgotem”.

Referências

Communications of the ACM:
https://cacm.acm.org/news/245921-are-companies-more-productive-in-a-pandemic/fulltext

The New York Times:
https://www.nytimes.com/2020/06/23/business/working-from-home-productivity.html