Por: Guilherme Castilho Casassanta
Apresentação:

O Prof. Dr. Renan Gonçalves Cattelan é bacharel, mestre e doutor em Ciências de Computação pela USP, na área de Sistemas Web e Multimídia Interativos. Durante o doutorado, foi pesquisador visitante na University of Alberta, no Canadá, e trabalhou na Microsoft Research, em Redmond, nos EUA. Atua nos temas relacionados à sistemas distribuídos, hipermídia, computação ubíqua, captura multimídia, tinta digital, TV digital interativa, redes P2P, distribuição de conteúdo multimídia, busca e recuperação de informação e comércio eletrônico.
printf: A Computação Ubíqua é caracterizada pela presença dos dispositivos portáteis, que estão cada vez mais comuns no dia-a-dia. Como você definiria esse paradigma? Com qual intuito, objetivo, a Computação Ubíqua surgiu?
Renan: Sem dúvida, mas não apenas dispositivos portáteis e sim dispositivos computacionais de modo geral, e de diferentes tamanhos. Por exemplo, um dos principais temas de pesquisa investigados hoje trata da interação com interfaces naturais em que grandes displays, muitas vezes paredes inteiras, são utilizados. Computação Ubíqua é, portanto, um paradigma de interação que tem por objetivo auxiliar as pessoas em suas atividades diárias por meio de dispositivos computacionais (sensores, computadores embarcados, PDAs, etc.) integrados no ambiente de modo transparente.

printf: Computação Pervasiva e Computação Móvel, duas expressões, muitas vezes utilizadas como sinônimos para referenciar Computação Ubíqua. Essa associação é correta? Quais as principais diferenças entre essas expressões?
Renan: Computação móvel pode ser vista como um subconjunto da Computação Ubíqua. Já o termo “pervasiva” deriva do inglês “pervasive”, que é um sinônimo de “ubiquitous”, mas o termo “pervasiva” em si não existe na língua portuguesa.
printf: Dentre as suas aptidões, se encontra a interação entre homem e computador, sistemas distribuídos, hipermídia, computação ubíqua, dentre outros. O que lhe levou à Computação Ubíqua? Quais foram as dificuldades encontradas no primeiro contato com essa tecnologia?
Renan: Interessei-me por Computação Ubíqua logo que li os primeiros artigos sobre pesquisas na área. Passei então a trabalhar com o tema ainda na graduação, em projetos de IC, e não parei mais. A maior dificuldade, com certeza, é a interdisciplinaridade do tema. Pesquisas em Computação Ubíqua envolvem uma ampla gama de outras disciplinas, como por exemplo as supracitadas na pergunta.
printf: Dentre as suas pesquisas, está a abordagem da Computação Ubíqua como forma de registro de acontecimentos do cotidiano, como a captura de vídeos. Como funcionava o projeto? Quais eram os objetivos? O projeto foi concluído?
Renan: Sim, foi concluído com êxito. Trata-se de um trabalho que desenvolvi durante meu doutorado na USP e que se enquadrava em um projeto maior, contando com a participação de outros pesquisadores. O principal resultado foi uma plataforma open-source para captura automatizada que, entre outros, foi utilizada em estudos de caso para captura de aulas presenciais e de vídeos interativos para a nova plataforma de TV digital brasileira.