Por: Nayara Cardoso Dias
Médicos, advogados, professores, artistas, jornalistas formam-se a todo momento, sendo grande parte desses profissionais do sexo feminino. Mas por que tal destaque não é tão visto na área da computação?
A evolução da mulher na área profissional é visível na sociedade. Tudo começou na primeira e segunda guerra mundial em que a mulher se viu na necessidade de assumir o papel do homem no mercado de trabalho. Desde então elas buscaram seu espaço, sendo autoras de grandes feitos. Um exemplo é Indira Gandhi, uma grande líder política da Índia que deu o inicio da participação da mulher na politica e, como consequência hoje presenciamos a primeira presidente mulher no Brasil. Ao analisar o comportamento da força de trabalho feminina no Brasil no último quarto de século, o que chama a atenção é o vigor e a persistência na conquista do seu espaço. Mas então porque ainda temos uma certa aversão da mulher em certas áreas como a computação?
Existem vários estudos que tentam responder essa pergunta. Um dos motivos apontados são os fatores institucionais. Enquanto meninos ganham vídeo-games, quebra-cabeças e brinquedos de montar as meninas estão sendo treinadas para serem verdadeiras donas de casas, ganhando bonecas, cozinhas e maquiagens. Com isso, as garotas acreditam que tecnologia é exclusivamente ligada aos homens. Outra visão sobre a computação é o fato de elas acharem que o profissional da computação leva uma vida solitária dedicando toda sua vida ao trabalho, o que contradiz com o desejo de formar família, casar e cuidar dos filhos.
Para muitas pessoas, a questão é cultural. A estudante Karina Matos, da área de suporte técnico da Microsoft, afirma. "Se você vai num "cursinho" pré-vestibular, o número de mulheres na sala de exatas é bem menor do que em humanas e biológicas”, afirma Karina.
A Computing Research Association realizou uma pesquisa, nos Estados Unidos e Canadá, onde esta mostrou que 12% dos formandos em cursos como Engenharia e Ciência da Computação eram do sexo feminino. No Brasil a pesquisa foi realizada na Unicamp onde confirmou a falta de mulheres na área.
“Quando comecei a dar aulas, há quinze anos, a divisão entre homens e mulheres na sala era de praticamente 50%. Hoje, numa turma de 60 pessoas, apenas cinco são do sexo feminino. E esse quadro se repete em outros cursos da área”, afirma Ricardo Anido, professor responsável pelo Instituto de Computação da Unicamp.